A má formação de nascença das orelhas, que se traduzem em assimetrias de forma, tamanho e da angulação delas relativamente ao crânio, atinge cerca de 5% da população, que costuma sofrer com as chamadas orelhas de abano. O mais comum é observar-se a bilateral, isto é, que acomete as duas orelhas de forma simétrica ou não. Pouco se fala, entretanto, da orelha de abano unilateral.
Embora mais rara, a observada em apenas uma das orelhas atinge somente 1% das pessoas que sofrem com o problema; porém, pode causar ainda mais dor psíquica ao portador da deformidade – isso porque o abano unilateral, por vezes, chama mais a atenção na estética facial, já que não há nenhuma simetria entre as duas orelhas.
Com isso, assistimos a pacientes com relato de insegurança e baixa autoestima, o que afeta sobremaneira a vida destas pessoas independentemente da idade.
Cirurgia para correção de um lado só?
Nos casos de orelha de abano unilateral, normalmente se opera somente a orelha acometida pelo abano. Porém, há situações em que é necessário realizar o procedimento na outra orelha para proporcionar o resultado mais simétrico possível.
O recomendado é que a cirurgia para correção da orelha de abano bilateral ou unilateral seja realizada após a estabilização do crescimento das orelhas, o que ocorre até os seis anos. Antes desta idade, recomenda-se a realização da otoplastia em hospital. Após os seis anos, já é possível realizá-la em clínicas que possuam a adequada infraestrutura para a realização do procedimento com segurança.
O pós-operatório da cirurgia para a correção da orelha de abano unilateral é igual ao da correção bilateral: o paciente sai com um curativo envolvendo a cabeça, que deve ser retirado no dia seguinte pelo médico. Porém, há uma vantagem: é possível deitar-se do lado da orelha não operada, o que traz mais conforto na primeira noite após a cirurgia.
O retorno às atividades escolares ou profissionais para ambos os casos é possível após dois ou três dias da realização da otoplastia. Nas primeiras duas ou três semanas, devido ao inchaço e possível arroxeamento do local, fica evidente a intervenção cirúrgica para os pacientes que não podem escondê-las com os cabelos. O sol direto na região deve ser evitado por até quatro semanas depois do procedimento, e atividades físicas que impliquem em riscos de trauma nas orelhas devem ser evitadas por 30 dias.