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Abano em apenas uma orelha – é possível?

4 de abril de 2023

Quando se pensa em orelhas de abano, a primeira imagem que vem à cabeça é de ambas as orelhas projetadas para frente, uma má formação de nascença clássica nestes casos, mas infelizmente capaz de gerar brincadeiras e comparações de mal gosto, como por exemplo: “orelhas de Dumbo” ou “fusca de portas abertas”. Mas é possível ter abano em apenas uma orelha? Quais são as consequências? Qual o procedimento cirúrgico para a correção?

O mais comum, de fato, é observar o tipo de abano conhecido como bilateral, que atinge 5% da população. No entanto, o abano unilateral, aquele que acomete apenas uma das orelhas, mais raro e que acomete cerca de 1% das pessoas, também provoca uma série de transtornos na vida de quem convive com essa anomalia.

Não parece lógico, mas, por vezes, o abano unilateral chama mais a atenção na estética facial, já que não há nenhuma simetria entre as duas orelhas. “Durante as consultas, é frequente o relato de insegurança e problemas severos na autoestima por parte de pacientes com abano unilateral, o que afeta sobremaneira a vida destas pessoas, independentemente da idade”, afirma Dr. Mauro Speranzini, referência internacional em otoplastia, nome dado a cirurgia para a correção das orelhas de abano.

A cirurgia para a correção do abano em apenas uma orelha

Quando o abano é unilateral, normalmente se opera apenas a orelha acometida pela deformidade. Porém, há situações em que é necessário realizar o procedimento na outra orelha, para proporcionar o resultado mais simétrico possível, indica Dr. Speranzini. O cirurgião também destaca que tanto no abano bilateral quanto no unilateral, a cirurgia deve ser realizada após a estabilização do crescimento das orelhas, o que ocorre entre seis e sete anos de idade.

Vale lembrar que o pós-operatório da otoplastia da orelha de abano unilateral é igual ao da correção bilateral: o paciente sai com um curativo envolvendo a cabeça, que deve ser retirado no dia seguinte pelo médico. Porém, há uma vantagem: é possível deitar-se do lado da orelha não operada, o que traz mais conforto na primeira noite após a cirurgia.

Já o retorno às atividades escolares ou profissionais para ambos os casos é possível após dois ou três dias da realização do procedimento. O sol direto na região deve ser evitado por até quatro semanas depois da cirurgia, e atividades físicas que impliquem em riscos de trauma na orelha devem ser evitadas por pelo menos 30 dias.

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