Pouco importa a moda do momento. Seja qual for a tendência, o cabelo estará lá, firme e forte na lista de prioridades relacionadas à aparência. Para muitas pessoas, aliás, os cabelos são o principal “cartão de visita”. Mas quando o assunto é calvície, há uma diferença considerável de possibilidades entre os universos masculino e feminino.
Se a calvície incomoda em demasia os homens, imagine o impacto entre as mulheres, sempre tão exigentes. Um transplante capilar com cobertura parcial, por exemplo, pode até satisfazê-los, mas dificilmente atenderá as expectativas estéticas de uma mulher.
O detalhe é que nos casos de calvície a genética privilegia os homens. Via de regra, na necessidade de um transplante capilar, a maioria dos homens ainda possui boa área doadora, fator determinante para um procedimento bem-sucedido. Mas será que as mulheres também são boas candidatas para realizar um transplante capilar eficaz?
A resposta é sim, mas apenas em casos específicos. Na calvície feminina as falhas são mais difusas e espalhadas, ou seja, atingem regiões distintas da cabeça, e isso é um complicador. Já a calvície no homem é muito mais evidente na região frontal e na coroa.
Como o transplante capilar é, de fato, uma redistribuição de fios, geralmente a nuca e as têmporas (laterais) dos homens funcionam como fonte estratégica de reposição, pois são bastante resistentes a ação da calvície. No caso das mulheres, a difusão diminui consideravelmente a chance de encontrar áreas suficientemente capazes de abastecer a região receptora sem causar desequilíbrio. Tecnicamente, para um transplante capilar bem-sucedido é importante que haja uma área doadora densa.
Mesmo com uma série de obstáculos, há situações em que o transplante capilar em mulheres é capaz de produzir bons resultados, desde que, claro, a candidata tenha a sorte de contar com uma área doadora no mínimo razoável e alinhe muito bem com o cirurgião as suas expectativas com o que realmente é possível se obter em termos de resultado.
Importante ressaltar que em situações mais específicas, como no casos de alopecia frontal fibrosante (doença autoimune que atinge mais as mulheres), que acomete a parte da frente do couro cabeludo, dando a impressão de que a testa está crescendo, o transplante capilar não é uma opção, pois não só não corrige o problema como potencializa a doença em razão do trauma gerado pela cirurgia.
Daí a importância de procurar um centro integrado para o tratamento da queda capilar com profissionais qualificados para diagnosticar a razão da queda dos cabelos em mulheres, antes de se optar pelo transplante capilar como solução para o problema.
Hoje, a técnica FUE é o método mais moderno para a correção da calvície, porém nem sempre é o recomendado para as mulheres. Uma particularidade do procedimento pode inibir a candidata, já que a raspagem total da cabeça potencializa a eficiência da cirurgia, cujo diferencial é o remanejamento fia a fio. De acordo com o cirurgião plástico Mauro Speranzini, um dos maiores especialistas do mundo em transplante capilar, uma alternativa é a raspagem da área doadora em faixas. Este movimento é capaz de disfarçar o procedimento em meio aos cabelos normalmente compridos.
De qualquer forma, o primeiro passo para se determinar o tratamento mais adequado para a calvície feminina é a precisão do diagnóstico. Tratamentos clínicos como o microagulhamento capilar e procedimentos estéticos como a micropigmentação capilar, além do uso de medicamentos tópicos podem oferecer ótimos resultados diretos, bem como funcionar como coadjuvantes fundamentais nos casos de transplante capilar.