Fio de nylon é o material usado nesse procedimento quase medieval. Resultados bizarros, severas complicações clínicas e danos psicológicos são inevitáveis
A luta constante de médicos especializados em transplante capilar e entidades que representam a categoria parece não ter fim. Em pleno Século 21, era em que o acesso à informação e a evolução de técnicas cirúrgicas galopam em ritmo forte, por mais incrível que pareça ainda é possível encontrar pessoas capazes de se submeter ou oferecer – não se sabe o que é pior -, um procedimento quase que medieval, capaz de gerar danos físicos e psicológicos.
O resultado inestético imediato é a porta de entrada numa história que certamente não terá final feliz. O fio de nylon proporciona o temido visual de cabelo de boneca, deixando a cabeça com o aspecto de tufos de cabelos implantados, sem nenhum critério ou planejamento cirúrgico.
Dr. Mauro Speranzini, referência internacional em transplante capilar, explica que esse tipo de procedimento é proibido no mundo inteiro e não tem eficácia sob nenhuma condição. “O absurdo uso de fio de nylon inevitavelmente provoca infecção no local e perda de fios. Além do aspecto estético trágico, também provoca cicatrizes permanentes no couro cabeludo”, lamenta o cirurgião.
Ainda segundo o médico, geralmente as complicações são irreversíveis. “A perda extrapola a questão estética e/ou financeira. Trata-se da destruição da autoestima do indivíduo. Isso é muito sério”, alerta Speranzini. O caminho seguro para não cair nesse tipo de cilada traiçoeira é a correta e criteriosa pesquisa sobre o conhecimento e a capacidade do cirurgião e da equipe responsável pela realização do tão sonhado transplante capilar.
Conceitualmente, o transplante ou implante capilar é a transferência de raízes pilosas de uma região do couro cabeludo (sempre da própria pessoa) onde o cabelo não cai, geralmente nas têmporas e na nuca, bem como da barba e do tórax, também áreas doadoras (quando se opta pela técnica FUE), para os locais onde o cabelo já caiu ou está caindo, normalmente as regiões parietais e da coroa.
Na prática, o transplante capilar promove a redistribuição do cabelo de forma natural, cujo resultado adia o aparecimento de áreas calvas nos casos mais iniciais ou simula estágios anteriores da calvície para recuperar a aparência do paciente nos casos mais avançados. Saiba mais sobre a associação da técnica FUE com a técnica DNI, desenvolvida pelo Dr. Mauro Speranzini, cujos resultados levaram o transplante capilar a uma nova era.
Para aqueles que não possuem área doadora suficiente para obter um bom resultado com o implante capilar, há outras soluções estéticas como as próteses capilares. Se enganam aqueles que acreditam que as próteses capilares possuem necessariamente aspecto artificial.
Atualmente, existem opções no mercado feitas em silicone, permitindo que o couro cabeludo respire, extremamente naturais com fixação duradoura, permitindo inclusive que o usuário frequente a piscina e mar sem qualquer restrição. O possível inconveniente sobre a linha frontal quando a manutenção da prótese se aproxima pode ser resolvido com um implante capilar feito somente nesta região, fazendo com que a prótese seja fixada um pouco mais para trás resolvendo assim a questão.
Hoje no mercado existem várias alternativas melhores do que o transplante capilar com fios artificiais que, certamente, senão a pior, está na lista das piores soluções a serem adotadas para a temida calvície.
