Minha área doadora não é suficiente para cobrir toda área calva no implante capilar. E agora?

Para um bom resultado cirúrgico e estético no transplante capilar, além da técnica, outros importantes fatores são o planejamento e a análise prévia das características de cada paciente.

É preciso lembrar que a área doadora é finita. Quanto maior a calvície, menor a área doadora e vice-versa. Quem mais precisa de cabelo é justamente quem menos tem para transferir. Assim, cada fio transplantado deverá ser utilizado para se obter o melhor resultado estético possível.

Sob qualquer olhar, é imperdoável desperdiçar fios colocando-os em locais inadequados, seja concentrando-os demais e descobrindo outras regiões, seja espaçando-os demais e obtendo resultados muito rarefeitos.

O implante capilar dura por toda a vida, assim, o objetivo é garantir que a aparência permaneça o mais natural possível com o passar dos anos. Muitos homens sentem e dizem que não ligam para a aparência que terão em 10 a 20 anos, mas baseando-se na experiência com pacientes de todas as idades do Grupo Speranzini, a coisa não é bem assim!

O melhor caminho é buscar o equilíbrio entre densidade e área de cobertura, dando-se preferência por ter maior densidade em regiões-chave para aumentar o preenchimento com um mesmo número de fios.

Vale ressaltar que nas grandes calvícies, por exemplo, há um desequilíbrio desfavorável entre a área doadora e a área receptora. A tentativa de cobertura de toda área calva resulta em grande rarefação, o que pode significar maus resultados. Nestes casos, é preferível priorizar a linha anterior e a região frontal, que devolvem a moldura do rosto e fazem aquela diferença entre ser calvo e não ser calvo.

Tecnicamente, numa grande calvície perde-se em torno de 75% dos fios, restando 25% na área doadora. Desses 25% podemos tirar 12,5%, ou seja, metade, para não deixar a área doadora rala demais ou com falhas. Assim, temos o que representaria 12,5% de fios para colocar em uma área que tinha 75%. A conta não fecha.

Homens que estão ou ficarão muito calvos devem adaptar suas expectativas a aceitar que mesmo após o término do tratamento haverá áreas sem cabelo (geralmente entradas e coroa) ou áreas com menos cabelo do que gostaria. Mesmo em calvícies extensas há área doadora suficiente para o transplante na região frontal.

Isto faz uma grande diferença na aparência e na autoconfiança de uma pessoa. Nestes casos, tratamentos clínicos são um grande aliado para a região da coroa e podem colaborar para que o resultado estético final seja o melhor possível.