Implante capilar alta densidade – o que não te contam sobre o procedimento

Implante capilar alta densidade! Sem dúvida, quem busca uma solução definitiva para se livrar da calvície, ao ler ou ouvir esta frase associada a algum médico ou clínica de cirurgia capilar, imediatamente pensa ter encontrado o tão sonhado caminho seguro para ter acesso a uma quantidade ilimitada de fios e, quase que num passe de mágica, voltar a ostentar uma bela cabeleira como aquela dos vinte e poucos anos de idade.

Na prática, o processo não é tão simples quanto parece. Em primeiro lugar, definitivamente não se trata de nenhuma técnica inovadora, tampouco segura. O transplante capilar é uma redistribuição dos cabelos, onde a área doadora (laterais e nuca) deve ser capaz de abastecer a área receptora (geralmente entradas, topo e coroa) de forma parcial ou na totalidade. É um cálculo matemático, porém cercado de variantes importantes.

Desde que conduzido por um cirurgião efetivamente especialista em transplante capilar e sustentado por uma técnica moderna e segura, o procedimento tem como principal objetivo alcançar o melhor resultado, redistribuindo a maior quantidade possível de fios. Isso é óbvio, mas o problema é que a oferta do implante capilar alta densidade passa a falsa premissa de não ter limites.

É importante lembrar que cada caso é um caso. Não há regra para todos! Histórico genético, idade, espessura dos fios, contraste entre a cor do cabelo e a cor da pele, cabelo liso ou crespo, e extensão da calvície, por exemplo, são alguns dos fatores que devem ser considerados. Fora isso, tecnicamente, “forçar” o transplante de um número excessivo de fios pode causar um desequilíbrio perigoso.

Implante capilar alta densidade é recomendável?

Poucos homens têm área doadora com mais de 200 fios de cabelo por centímetro quadrado. E são justamente estes os felizardos escolhidos para estampar o marketing das clínicas “ilusionistas”. Forçar a retirada de cabelo de áreas não tão densas trará várias consequências.

Na área doadora, o trauma excessivo pode gerar uma necrose tecidual (morte da pele), uma queda de cabelo local temporária (eflúvio telógeno) ou definitiva, e no longo prazo uma rarefação bastante significativa na área doadora: você ficará careca nesse local!!

Na área receptora, o excesso de incisões diminuirá a circulação sanguínea local. Sem nutrição, os fios transplantados e também os pré-existentes morrerão. A agressão pode ser tão significativa que até mesmo a pele pode necrosar, levando ao aparecimento de extensas e irreversíveis cicatrizes.

Essas sessões com números estratosféricos de fios transplantados levam, obrigatoriamente, ao aumento da taxa de insucesso. A técnica FUE Evolution, descrita pelo Dr. Mauro e já publicada na principal revista científica da especialidade (Revista FORUM), mostra essa preocupação de buscar eficiência e excelência na retirada de cabelo. Caso não seja aplicada, mais fios são destruídos na punção, na retirada, na manipulação e, finalmente, na colocação na área receptora. Definitivamente menos é mais!

Alinhamento de expectativa é tudo! Jogo limpo e transparência são princípios básicos e uma obrigação do médico para com o paciente. Lembre-se! Pesquise muito e de forma criteriosa o profissional que terá nas mãos a responsabilidade de resgatar a sua autoestima.