Avaliar o tamanho das orelhas e decretar se elas são ou ficaram de fato grandes, acima da média, parece uma tarefa simples, mas não é bem assim. Via de regra, depende muito de alguns fatores que vamos expor a seguir.
A harmonia do rosto e a idade da pessoa, por exemplo, devem ser consideradas, já que exercem importante influência na avaliação e indicação de correção. Por isso, trouxemos essa questão para falar sobre os aspectos que envolvem a macrotia, nome dado às orelhas grandes, bem como a cirurgia para a redução.
Macrotia e orelhas de abano não são sinônimos. Enquanto a primeira significa orelha grande, a segunda significa orelhas abertas. Orelhas grandes podem ser de abano ou não. Da mesma forma, orelhas de abano (abertas) podem ser grandes ou pequenas.
É preciso destacar que o ajuste da distância da orelha em relação ao crânio, bem como as outras estruturas, diminui bastante o efeito visual e praticamente faz desaparecer a impressão de caso clássico de macrotia, pois a percepção passa a ser de que o incômodo não estava relacionado ao tamanho, mas sim à posição e à forma.
Na consulta médica com um especialista em otoplastia, o cirurgião irá avaliar se o incômodo com a orelha realmente se deve ao tamanho ou corrigindo outras estruturas das orelhas o paciente ficará satisfeito.
Vale lembrar que, na média, as orelhas variam de 5,5 a 7,5cm de altura e de 3 a 4cm de largura. Sendo considerado normal 2cm de distância do crânio, medida a partir da metade da orelha. Existe desde o grau mais leve até o mais grave de alterações nas estruturas que compõem as orelhas, que podem levar à sensação de orelha grande. A indicação cirúrgica é baseada no grau de incômodo que o paciente apresenta.
“Uma das maneiras de reduzir o tamanho da orelha é a redução do lóbulo, desde que, é claro, esteja aumentado em relação a média das pessoas”, explica Dr. Mauro Speranzini, cirurgião plástico desenvolvedor da Oto definitiva, considerado um dos maiores especialistas do mundo em correção de orelha de abano.
Em condições normais, a redução do lóbulo é indicada para pessoas com idade acima dos 50 anos, pois esta região da orelha, de fato, pode aumentar de tamanho. Vale ressaltar que o lóbulo é a única parte da orelha que sofre modificações com o avanço do tempo. “A redução do lóbulo em pessoas mais jovens pode deixar cicatrizes queloidianas, ou seja, inestéticas, alerta Dr. Mauro.
Na macrotia congênita, o pavilhão auricular é maior que o esperado tanto na vertical quanto no plano horizontal. Nestes casos, pode ser necessária a redução da cartilagem e a retirada de pele da orelha. De acordo com o cirurgião, a redução da cartilagem deve ser considerada apenas em condições muito excepcionais, pois a mudança da anatomia da orelha pode causar um aspecto artificial e ainda mais chamativo do que a própria macrotia.