Com certeza, quem usa, já ouviu alguém dizer: “Tira esse boné porque se não você vai ficar careca!”. Então boné faz o cabelo cair?
Na verdade, o uso de boné, chapéu, capacete ou touca não causa a calvície, que tem origem genética nos casos da calvície androgenética ou tem como causa doenças do couro cabeludo – algumas, reversíveis com tratamento clínico, outras não.
Se é um exagero afirmar que boné faz o cabelo cair, manter o uso diário ou contínuo dele ou de outras indumentárias, sem que sejam tomados os cuidados com a higiene, pode trazer prejuízos à saúde capilar. Nestes casos, pode ocorrer o aparecimento de caspa, micoses e outras doenças que levam ao enfraquecimento dos fios de cabelo e até à queda; porém, uma vez tratadas, o cabelo volta a ganhar força e crescer normalmente.
A maioria dos homens apresenta a calvície androgenética, cuja principal causa está relacionada com a hereditariedade e os hormônios masculinos, ou seja, a genética que promove a atrofia dos folículos (bulbos) capilares e acelera a queda definitiva. Outros fatores contribuem para a queda de cabelo excessiva, como a oleosidade, dermatite seborreica, produtos químicos, distúrbios da tireoide, alimentação ruim, carência de vitaminas, certos medicamentos e estresse.
Então, afirmar que apenas o boné faz o cabelo cair pode ser um engano, mas é preciso cuidado com o couro cabeludo e os cabelos, manter higienização correta e sempre buscar a orientação médica.
Calvície em diferentes fases da vida
Os primeiros sinais da calvície nos homens podem aparecer entre os 17 e 23 anos de idade. Quando a queda se inicia nesta fase, a tendência é de uma calvície extensa, devendo-se optar pelo tratamento clínico tópico e/ou oral logo que se notarem os primeiros sinais de queda para retardá-la e engrossar os fios. As soluções são diversas. O implante de cabelo só é recomendado a partir dos 28 anos, quando é possível uma melhor avaliação do prognóstico de cada paciente quanto à evolução da queda e, consequente, melhor planejamento da cirurgia em médio e longo prazo.
Quando a queda de cabelos se inicia mais tarde, em geral proporciona uma melhor condição para o implante capilar, pois a proporção da chamada área doadora, região acima das orelhas e nuca e da área calva, é mais propícia para uma boa redistribuição dos fios, e consequentemente o tratamento cirúrgico surte melhores resultados. Também nesses casos, a associação com o tratamento clínico é recomendada para retardar a queda dos cabelos.
Para as doenças que acometem o couro cabeludo e os cabelos, há tratamentos específicos que podem reverter a queda. Quando a causa é hereditária, entretanto, o processo de queda é contínuo; por isso, o tratamento cirúrgico aliado ao clínico é indicado.
Os medicamentos mais utilizados são o minoxidil, um vasodilatador de uso tópico que ajuda a bloquear a ação dos derivados da testosterona no bulbo capilar, e a finasterida, de uso oral. É recomendada a avaliação clínica de cada caso feita por tricologista (dermatologista especialista em queda de cabelos) para a correta indicação do melhor tratamento clínico para cada caso. Ambos os medicamentos retardam a queda e aumentam a espessura dos fios de cabelos, ações importantes e desejadas para potencializar os resultados do implante capilar.